sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Laboratórios podem salvar a fertilidade em casos de cancro
























Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução quer laboratórios para preservação da fertilidade de mulheres com doenças oncológicas


Há médicos que ainda não alertam os pacientes para os riscos de infertilidade após tratamentos oncológicos e há falta de estruturas no Serviço Nacional de Saúde para responder às vítimas de doenças oncológicas que queiram assegurar a possibilidade de ser pais e mães no futuro. É com base nestas falhas que a Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução (SPMR) defende a criação de laboratórios para preservação da fertilidade de quem é sujeito a tratamentos que podem conduzir à destruição das células reprodutoras.

"A criação de um ou dois laboratórios permitiria desenvolver mais e melhores técnicas de preservação das células e ajudar pessoas que têm uma doença grave, eventualmente maligna, cujo tratamento compromete o seu futuro reprodutor", explica o presidente da SPMR, Carlos Calhaz Jorge. "As células femininas já são congeláveis e existe uma série de outras técnicas. É necessário é haver uma estrutura para responder a curtíssimo prazo. É preciso que os médicos saibam para onde enviar os seus pacientes, em vez de serem os doentes a baterem de porta em porta", acrescenta.

A sugestão já foi "aflorada" com o Ministério da Saúde e, hoje, no Congresso Português de Medicina de Reprodução, em Lisboa, Calhaz Jorge vai voltar a focar o problema. "Tento convencer o ministério de que essa estrutura é inevitável numa altura em que tantas pessoas sobrevivem a doenças malignas. Seria um passo importante para o tratamento integral de doenças já de si muito agressivas", defende o responsável pela unidade de Medicina de Reprodução do Santa Maria.

Mário Sousa, especialista em Medicina de Reprodução do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, ainda conhece casos de pacientes que só na véspera de iniciarem os tratamentos oncológicos são alertados para o risco de esterilidade. O especialista garante andar "há anos a lutar nos hospitais e nos IPOS" para que sejam tomadas medidas para que pacientes em idade fértil possam preservar o seu esperma ou ovócitos. "O diagnóstico é feito meses antes do tratamento. Não há razão para que estas medidas de preservação da fertilidade não sejam logo tomadas", acusa o especialista.

Nos homens adultos, pode optar-se pelo congelamento de esperma, pois o sémen não transporta as células cancerígenas. No caso de rapazes em fase pré--puberdade, é possível a criopreservação do tecido testicular.

Embora as técnicas de preservação da fertilidade das mulheres sejam mais complexas, a criopreservação dos óvulos ou de parte do tecido ovárico pode ser eficaz em mulheres e adolescentes em idade fértil que enfrentem cancro da mama, leucemia ou linfomas, desde que seja feita antes do início dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia.

As taxas de sucesso destes métodos são menores no sexo feminino e em pessoas com idade superior a 35 anos. O médico e investigador Daniel Serrão acredita que a menor incidência dessas doenças malignas em mulheres em idade fértil - só 3% dos cancros da mama, por exemplo, afectam mulheres com menos de 35 - tem levado ao adiamento de uma solução para o problema. "Era preciso haver casos que justificassem o investimento. Infelizmente os números mandam."

retirei do blog:http://quimio-gigi.blogspot.com/2010/10/laboratorios-podem-salvar-fertilidade.html

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