Cancro só merece 3,9% do Orçamento
Ontem jornal de Notícias
IVETE CARNEIRO
As doenças oncológicas contam com apenas 3,9% do orçamento da Saúde, contra os 9,14% atribuídos às doenças cardiovasculares. Uma situação que "não pode continuar", adverte o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso.
"Neste momento", os dois grupos de patologias "estão em igualdade" em termos de incidência e mortalidade e a tendência, avisa, é para os casos de cancro duplicarem até 2020 "se não se fizer mais do que se faz agora".
A conclusão é de estudos internacionais e merece a preocupação das autoridades europeias, lembra o médico, numa conversa com o JN tida a propósito da Corrida da Mulher, que hoje junta mais de 15 mil pessoas nas ruas do Porto, revertendo para a LPCC um euro por cada uma delas. "A oncologia está subfinanciada" e ainda são anunciadas medidas de contenção que, espera Vítor Veloso, "não afectem o tratamento".
O subfinanciamento está patente na escassa prevenção primária. Só o Norte tem um rastreios organizado ao cancro da mama, fruto de um protocolo entre a LPCC e o Ministério da Saúde. A doença, recorde-se, regista seis mil novos e mata 1800 a 1900 mulheres por ano em Portugal. É o mais prevalente dos cancros na população feminina e o quarto na população global.
A ainda incipiente prevenção primária faz com que Portugal caminhe ainda em sentido contrário ao resto da Europa. "Nos países considerados civilizados, como os EUA, o Reino Unido, a França, a mortalidade por cancro da mama está a descer. Nós ainda estamos a subir". Inverter a tendência, fruto da dita prevenção - e detecção precoce da doença - só deverá acontecer dentro de cinco a dez anos, alerta Vítor Veloso, lembrando que um rastreio bem feito permite baixar a mortalidade em 30%. Importa aumentar o investimento, defende, por muito que represente um aumento da despesa. "No início, o Estado poderá gastar mais, mas depois acabará por poupar em tratamentos" que, para muitas doentes, se limita a dar uma "melhor sobrevida com qualidade", dado o diagnóstico tardio.
Sensibilizar as mulheres é outro desafio, no qual se inscrevem as corridas da mulher que são feitas há já cinco anos. A de hoje espera bater recordes e manter-se "a corrida ibérica que junta mais mulheres". Aqui, Vítor Veloso apela à sua costela nortenha e lamenta que a iniciativa de Lisboa mereça honras bem maiores nos meios de comunicação. "É um sinal de como o país é tratado pela província".
RETIREI do BLOG da Aldinha http://viveroutravez.blogspot.com/2010/05/cancro-so-merece-39-do-orcamento.html
3 comentários:
Vergonha?
Mais que isso,nem tenho palavras para descrever o que sinto.
beijinhos e boa semana.
Um beijinho, Lina!
Concordo com o texto, esperemos que as coisas mudem e que a prevenção e o dinheiro investido nela seja levado a sério. A saúde não pode ser tratada como mais um aspecto da economia. A saúde pertence a todos nós como pessoas, e os doentes merecem respeito e todos os meios possíveis, independentemente dos custos.
beijinhos, boa semana.
Olá Meninas,
está a ficar cada vez mais complicado o que fizeram os políticos agora somos nós a pagar e da forma menos boa!
A partir daqui eu quando fôr ao hospital fazer exames vou pedir todas as fotocópias para me certificar que foram feitos!
Beijinhos e fiquem com os Anjos
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